Alas Comerciais

Em breve.

PELAS BANDAS DE PADRE MIGUEL


A Dona do pavilhão




Remba, primeira porta-bandeira da história da Mocidade junto com Helena do siri, recorda os momentos que a fizeram a mulher mais importante da Verde-e-Branco.



Ela está longe de ser uma estrela convencional. Uma dama do povo, da favela, do asfalto, da falta de censura ao contar suas histórias. O cabelo cortado com listras desenhadas no couro cabeludo entrega a nuance jovial de uma guerreira, apesar de já ter até bisneto. Língua afiada, sorriso fácil e largo, um repertório de palavrões sempre colocados na hora certa, Remba – preste a completar 74 anos – é, sem dúvida, a maior figura feminina da Mocidade Independente. O motivo reside na própria história: foi ela a primeira porta-bandeira da escola, a condutora do pavilhão Independente desde os tempos de bloco. Era década de 50 e, naquela Padre Miguel ainda virgem aos olhos do centro do Rio, o Independente Futebol Clube, time que fez despontar a moçada, encantava as moçoilas do bairro. Remba, ou Elizete Cândida da Silva, seu nome de batismo, era uma delas. 


No quintal de Dona Maria do Siri, onde acontecia a comilança após as pelejas do time de várzea, a então adolescente ajudava a preparar as feijoadas dos boleiros, sempre seguidas de batuque. O time virou bloco e a festeira Remba, habilidosa no riscado com os pés, tratou de ser a porta-estandarte do time. Vinha à frente saudando o bairro. Quando a brincadeira ficou séria e a escola de samba surgiu – 1955 – ela, claro, assumiu o pavilhão daquela Mocidade menina. Dividiu a função com Helena do Siri, filha de Dona Maria, outra protagonista dos primeiros anos.

A paixão, pelo samba, entretanto, é anterior àquele time de bambas. “Meu pai tocava cuíca na Unidos de Bangu, minha mãe era baiana. Eu desfilava de baianinha com cinco anos”, recorda. E o apelido, de onde surgiu? Nascida na Rua Bangu, no bairro de mesmo nome, Zona Oeste do Rio, ela conta que, quando pequena, sua mãe a colocava numa bacia, enquanto arrumava a casa. Envolvida nas brincadeiras, a pequena fazia movimentos como se “remasse” ali dentro, originando o apelido de “Rema”. Mais tarde, já na Mocidade, Rema virou Remba sem que nem ela mesma se desse conta. “As pessoas me chamavam errado”, diz. Ficou Remba e fim de papo, nome que, hoje, é sinônimo de respeito e força entre os componentes. Apesar da inegável importância, a sambista dispensa qualquer espécie de beija-mão ou reverências emplumadas. Quer apenas reconhecimento para os ilustres independentes da antiga, além de prezar um batuque improvisado, cerveja gelada, e as lembranças das glórias passadas.



Marrenta por convicção, já arrumou encrenca com meio bairro de Padre Miguel, e até mesmo com a cantora Elza Soares – hoje, madrinha de bateria da Mocidade – em um desfile. Foi no ano de 1975. Naquele carnaval, “O Mundo Fantástico do Uirapuru”, o samba da escola “atravessou” na avenida e Remba atribuiu a culpa à Elza. Resultado: correu atrás da cantora para tirar satisfação e não economizou em palavrões. “Eu queria meter a porrada!”, confessa. Hoje, 35 anos depois, a poeira baixou e as duas recordam o causo às gargalhadas. Esta vocação para uma boa briga, aliás, só não é maior que a de namoradeira. Ela não faz cerimônia para dizer que teve muitos namorados e que suas pernas grossas, literalmente, “abalavam Bangu” naqueles tempos. “Os coxões de dona Elizete eram famosos, muitos marmanjos iam aos ensaios só para apreciá-la”, entrega Wandyr Trindade, o Macumba, vice-presidente executivo da Mocidade e titular absoluto no antigo Independente Futebol Clube.




“Elizete é o cacete, sou Remba!”, desconversa ela, para então, recordar que, em 1965, quando brilhava ao lado do mestre-sala Carlinho, chegou a ser capa de um disco todinho dedicado à Mocidade. O LP em questão, “Mocidade Independente”, anterior ao primeiro voltado a todas as escolas de samba – que data de 1968 – foi produzido por Haroldo Costa e lançado pela Musidisc. O projeto misturou sambas de enredo e de quadra, primeira vez que uma escola fora do então quarteto das grandes – Mangueira, Portela, Salgueiro e Império Serrano – ganhou tal homenagem. À época , a bateria da Mocidade só trazia notas 10 em seu currículo e encantava a cidade, mas a porta-bandeira diz que também ela só cravou notas máximas nos quase 20 anos que rodopiou a bandeira alviverde. Do título que levou a Mocidade à elite – “Apoteose ao Samba” (1958) – até a década de 70, ficaram gostosas saudades: “Descemos pro Centro com força e garra, deixamos cair e nos tornamos uma das melhores”, relembra.

Confira o vídeo abaixo:



FONTE: Revista Mocidade Independente 2010 / por Fábio Fabato e Vicente Magno.
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Foi morar no infinito... ( Fernando Pinto, o mestre da alegria )


A Mocidade Independente precisava definir o seu estilo. Conseguira a primeira vitória entre as grandes, em 1979, com o perfeccionista Arlindo Rodrigues e chegava Fernando Pinto, com suas "loucuras". Não há de se esquecer a atitude arrojada do patrono Castor de Andrade, que trouxe o controvertido artista pernambucano.

 O produtor musical Túlio Feliciano e a psicanalista Tânia Gaudiano acompanhavam Fernando desde os tempos de Império: "Ele era a desobediência aos estilos. Passou para a Mocidade toda a sua técnica teatral. Montava a escola na avenida, cuidava do espetáculo como se fosse um diretor mesmo." - destaca Feliciano. "Cada fantasia tinha uma história, um significado especial. Era um artista de muitas visões e ia transformando sua concepção à medida que elas fossem acontecendo" - lembra Tânia.

 Fernando cansou de ousar. Aboliu os chapelões da bateria, trocando-os por engraçadíssimas perucas. Os ritmistas da nota 10 adoraram a idéia e surgiram na avenida em camisões estampados, usando óculos escuros. Eram os muambeiros de Mamãe eu quero Manaus. Em Beijim, beijim, convenceu os galalaus da comissão de frente a se fantasiarem de Xuxa. Em Tupinicópolis levou índios de calções e jeans para andar de patins no asfalto da sapucaí. Seu garnde momento, sem dúvida, foi em Ziriguidum 2001, quando levou o carnaval brasileiro para as estrelas. E acabou virando uma.


A mocidade, segundo Fernando Pinto:


1980 - "Tropicália Maravilha"  - 2º lugar;
1981 - "Abram alas para a folia"  - 8º lugar;
1983 - "Como era verde meu xingu"  - 6º lugar;
1984 - "Mamãe eu quero Manaus"  - 2º lugar;
1985 - "Ziriguidum 2001, carnaval nas estrelas"  - 1º lugar;
1987 - "Tupinicópolis"  - 2º lugar;
1988 - "Beijim, beijim, bye, bye, Brasil"  - 8ºlugar.


fonte: Revista Mocidade Independente - A escola do ano 2000 (setembro/novembro 1999).

Harmonia e Evolução

Harmonia e Evolução – quesitos de grande importância para a pontuação da escola

Um quesito de grande relevância nos desfiles de carnaval é quanto à harmonia e à evolução, apresentados pela escola.

A harmonia é a forma como os integrantes da escola desfilam, considerando se há entrosamento ou não dos mesmos com o ritmo e o canto do samba de enredo.

Os componentes da escola devem cantar o samba no mesmo tempo que o puxador, a voz principal durante o desfile.

A totalidade da voz cantada pela escola durante a apresentação também é elemento considerado para a avaliação da harmonia, ou seja, o grupo precisa cantar em uma única voz.

Os ensaios desse quesito voltam-se para que ninguém atravesse o samba, ou seja, que não cante fora do compasso da bateria, o que leva a perda de pontos.

Os jurados não consideram como problema uma pane no carro de som, mas para isso é necessário que o grupo esteja coeso, sinta-se motivado, mesmo sem a voz principal, fazendo do canto dos integrantes e da batucada da bateria o elemento mais animador do espetáculo.

A Evolução é a forma como a dança é apresentada, bem como sua progressão na avenida durante o desfile.

Os passos dos integrantes devem estar no ritmo, sendo efetuados na mesma cadência da bateria.

Durante a apresentação, a escola deve desfilar evoluindo tranquilamente, sem correrias ou retrocessos, o que prejudicam a sua pontuação. Para isso, é necessário que aconteçam ensaios prevendo o tempo de duração da escola na avenida, para que tudo saia perfeito.

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