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Em breve.

Amaro e as Baquetas de Tamborim




 José Amaro de Souza Filho, o popular Amaro das Baquetas, ou simplesmente Amaro é um dos personagens mais conhecidos dentro do mundo do samba devido a seu grande carisma e às baquetas de tamborim que confecciona.

 Quem vê a pessoa simples, brincalhona e sempre feliz do Amaro não imagina a importância que ele tem na história do samba, por sua contribuição na evolução do modo de tocar e pelo arranjo do tamborim.
 Nasceu em uma embarcação em alto mar. Seu pai era militar e sua família estava em trânsito, quando veio ao mundo. Assim, foi registrado no Estado do Ceará em 01/02/1952. Aos 10 anos de idade vem morar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Padre Miguel.
 Nascido no mar, cearense de registro, carioca e sambista de coração. Mocidade Independente de Padre Miguel de paixão. Desde cedo ficou fascinado pelo ritmo do samba assistindo aos ensaios da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel e de outras escolas de samba.


 Aos dezesseis anos começa a tocar tamborim. Autodidata, aprendeu a tocar tamborim observando um dos melhores ritmistas da época, chamado Dominguinho.
No período de 1994 a 1998, foi responsável pelas alas de tamborim
da Mocidade Independente de Padre Miguel e da Tradição.

 Mas por que o Amaro é tão importante para o samba?
 Quando o tamborim foi inventado ele não tinha a forma atual, tinha corpo quadrado de madeira e pele de couro. Na década de 1980, o tamborim assume o formato que tem hoje. A baqueta para tocar o tamborim era uma vareta feita de bambu, que se quebrava facilmente, isto obrigava o tamborinista a levar várias varetas de bambu dentro da fantasia. Isto era um problema, pois o ritmista ficava sem baquetas antes do fim do desfile. Na década de 1970 a baqueta passa a ser de acetal, material mais resistente, mas ainda apenas uma vareta reta. Esta inovação foi introduzida pela Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense.


Na década de 1970 e inicio década de 1980 os tamborins tocavam
basicamente o teleco-teco. O Amaro também estava procurando a baqueta perfeita. No ano de 1986 ele encontra no chão um pedaço de plástico. Faz seu primeiro experimento, trabalhando este plástico de modo a utilizá-lo como baqueta. Mas a perde logo a seguir.

 Seguindo em sua busca é orientado por um amigo e vai a uma gráfica para comprar uma régua de guilhotina de gráfica. Com este novo material confecciona uma baqueta que é mais resistente e facilita a execução do ritmo no tamborim. Na década de1990 Amaro faz mudanças no material utilizado e no modo de confecção. A baqueta passa a ser feita de acetal, material plástico mais resistente. Seu formato deixa de ser o de varetas de mesma espessura em toda a sua extensão, passa a ter sua ponta mais grossa(conhecida como cotonete). A forma de cada vareta da baqueta é conseguida desbastando-se o acetal com caco de vidro. A baqueta pode ter até sete varetas. Essas baquetas são chamadas de “vassourinhas”. A baqueta vassourinha, com ponta de cotonete, tem mais peso e flexibilidade favorecendo a execução do carreteiro e de outras figuras rítmicas do tamborim.


Durante muitos anos somente Amaro fazia essas baquetas. Suas
baquetas são vendidas no Brasil e em todo o mundo. O que se destaca na qualidade do trabalho é sua grande experiência e o fato de até hoje ser um tamborinista.

 Somos muito gratos ao Amaro por essa grande contribuição ao
samba!

Autores: Miguel Angelo Setta Junior e Jorge Aloice Gomes
Agradecimento: Ao ritmista da Mocidade Independente, Celio Miranda.





7 comentários:

  1. Parabéns a parceria com a co-irmã Salgueiro. Já Amaro das baquetas é um icone do mundo do samba.
    Abraço. saúde e sucesso

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  2. Grande Amaro ritmista respeitado e desejado pelas co-irmãs é uma referência em Pe Miguel e no mundo do samba lembro-me perfeitamente daquele jovem ritmista que não faltava aos ensaios e era requisitado em todos shows da Bateria Nota 10, sempre idolatrou o tamborim e se preocupou com o melhor desempenho desse instrumento tradicional e fundamental até na coreografia executada pelas baterias .
    A título de curiosidade :
    A baqueta de 3 corpos foi inventada pelo Canhoto(Canhoteiro como eu o chamava) e que veio a originar a baqueta sextavada a fim de ampliar o som dos tamborins numa bateria composta apenas por 27 ritmistas numa época em que as demais baterias já se apresentavam com mais de 150 componentes, essa era a diferença, nós tínhamos 27 ritmistas comandados por um MESTRE e as demais 150 componentes RSRSRSRS . Abraço para todos e um bj especial no coração do meu amigo Amaro . Severo .

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  3. Parabéns à este Blog por prestar esta homenagem à uma pessoa que merece o respeito de todos (principalmente os que são da Ala de Tamborim da Mocidade, como eu). Ao Amaro meus respeitos e admiração. Pedro Vidal

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  4. Parabéns ao Texto! Sou fã incondicional do Amaro... Todos que tocam esse instrumento sabem da importancia dele...

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  5. Queria dizer a honra e o prazer imenso que tenho em ler esta matéria, pois sou irmão do Amaro, e estou morando em Recife, fico emocionado em saber que todo o esforço de meu querido irmão e este amor pelo samba que ele tem, foi lembrado por todos do mundo do samba, obg, mano te amo e fique com Deus, seu mano César.....

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  6. Infelizmente aqui em Pernambuco , mais precisamente na capital Recife, não encontramos esse tipo de baqueta a venda a mais de anos .......
    A procura é incessante, mas sem êxito
    :/

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  7. Boa Tarde. É possivel informar o contato do AMARO para realização de compra da baqueta? Meus parabéns Mestre AMARO!! você merece!!

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Harmonia e Evolução

Harmonia e Evolução – quesitos de grande importância para a pontuação da escola

Um quesito de grande relevância nos desfiles de carnaval é quanto à harmonia e à evolução, apresentados pela escola.

A harmonia é a forma como os integrantes da escola desfilam, considerando se há entrosamento ou não dos mesmos com o ritmo e o canto do samba de enredo.

Os componentes da escola devem cantar o samba no mesmo tempo que o puxador, a voz principal durante o desfile.

A totalidade da voz cantada pela escola durante a apresentação também é elemento considerado para a avaliação da harmonia, ou seja, o grupo precisa cantar em uma única voz.

Os ensaios desse quesito voltam-se para que ninguém atravesse o samba, ou seja, que não cante fora do compasso da bateria, o que leva a perda de pontos.

Os jurados não consideram como problema uma pane no carro de som, mas para isso é necessário que o grupo esteja coeso, sinta-se motivado, mesmo sem a voz principal, fazendo do canto dos integrantes e da batucada da bateria o elemento mais animador do espetáculo.

A Evolução é a forma como a dança é apresentada, bem como sua progressão na avenida durante o desfile.

Os passos dos integrantes devem estar no ritmo, sendo efetuados na mesma cadência da bateria.

Durante a apresentação, a escola deve desfilar evoluindo tranquilamente, sem correrias ou retrocessos, o que prejudicam a sua pontuação. Para isso, é necessário que aconteçam ensaios prevendo o tempo de duração da escola na avenida, para que tudo saia perfeito.

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